Ilha do Marajó no Pará é um lugar encantador próximo a Belém e conhecida como a Ilha dos Búfalos
No terceiro dia em Belém, resolvi acompanhar o Dennis e a Milla, dois amigos que fiz no hostel, à Ilha do Marajó, cidade que não estava nos meus planos iniciais mas que achei interessante. É famosa pela criação de búfalos.
Para chegar lá pegamos um barco, foi em um barco pequeno e fechado, com ar condicionado e tudo. Como estava de ressaca da Cachaça de Jambu do dia anterior, dormi as quase três horas de viagem.

Nós chegamos por Soure, não entendo muito bem o que é Ilha do Marajó, Soure, Jubim e região, mas entrando na cidade já deu para perceber que lá é um dos Brasis que conhecemos pouco ao viver nas áreas mais urbanizadas. Pessoas mais simples, bicicletas com duas, três pessoas em cima, motos com a família toda e capacete, o que é capacete? As pessoas tranquila pelas ruas. Búfalos no lugar de cavalos e bois, levavam pessoas, carga, pastavam por todos os cantos. Além de algumas casas de pau a pique.
Como foi a recepção na Ilha do Marajó
Lá fomos recebidos pelo João, que era o contato com o hostel de Belém e quem cuidava da pousada que íamos ficar. Encontramos com ele e esperamos mais um pouco pois ele aguardava mais uma pessoa. Uns 10 minutos depois apareceu a Carol, que também ficou hospedada com a gente.
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A pousada onde ficamos
A pousada era bem legal (legal de diferente, meio roots), em um terreno espaçoso e cheio de cajueiros a casa amarela bem quadradinha se destacava com algumas redes em um tipo deck. Tinha três quartos que começamos a dividir entre nós, a Carol precisava de um só para ela pois estava em uma viagem espiritual e não podia dividir o mesmo teto com outras pessoas, foi até a Ilha do Marajó inclusive para encontrar algum orixá (não sei se é bem isso).

Depois que dividimos os quartos, algo engraçado aconteceu. Após uns 40min que estávamos lá chegou a Rosa, uma senhora de uns 60 anos, apareceu depois de se perder pela cidade procurando pela pousada que quase ninguém sabia o nome.
Redistribuímos os quartos e quando estávamos para sair, chegou o Zenon, um cara mais jovem, mora em São Paulo e até conhecia um cliente que eu atendia, sua família é de Belém e estava lá com eles, resolveu aproveitar os dias que tinha para conhecer a ilha.
Depois de tudo resolvido íamos almoçar, mas tinha outro problema, era uma cidade pequena mas não concentrada, então não tinha como fazer as coisas a pé. O Dennis combinou com o João de alugar sua moto pelos dois dias que íamos ficar por lá, nessa moto ia andar o Dennis, a Milla e eu. Para as outras pessoas da casa, o João chamou um primo dele que tinha carro. E enfim fomos almoçar.
O que comer na Ilha do Marajó
João nos levou no restaurante de uma prima sua que fazia pratos com búfalos. De entrada pedi Turú, uma minhoca que fica nos troncos das árvores dos mangues, os pescadores costumam comê-la crua, mas lá comi refogada e temperada com um vinagrete, gostei.
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Meu prato era um picadinho de bufalo com coalhada de leite de búfala e mais algumas coisas que não lembro. Achei a carne mais forte, esse corte em específico estava um pouco gorduroso, mas era bom.
Baía do Marajó
Continuamos o passeio indo para uma praia de rio, não tão doce pois já se mistura um pouco com o mar que entre pela Baía de Marajó. A praia chegou após uma caminhada por pontes que atravessavam o mangue. Um lugar muito bonito com uns bares que não chegavam a ser de palafitas mas que lembravam bastante.
Jantar na Ilha do Marajó
O grupo se formou e foi uma turma bem mista e gostosa. A noite fomos para o bar Ilha Bela jantar. Tomamos cerveja pilsen do norte, a marca Tijuca. Comemos outro famoso quitute da região, Unha de Siri como entrada e jantamos Caldeirada de Peixe e Pizza de Siri.
O Dennis que lutava muay thai ou qualquer coisa do tipo, arranjou um treino que acontecia na cidade, treinou e voltou. Ficamos mais um pouco e voltamos de moto com moto taxi extra improvisado para o Zenon, já que a Rosa e Carol voltaram antes.
A primeira noite
O quarto que dividi com o Dennis e a Milla era bem quente, não tinha ar condicionado, apenas um pequeno ventilador. Para amenizar a quantidade de bichos, as camas tinham mosquiteiros.
Mercado Central da Ilha do Marajó
Novamente acordamos cedo. O café da manhã foi no mercado central da cidade, com tapioca com queijo de búfala e pão caseiro com o mesmo queijo.
Fui fuçar o mercado, onde encontrei peixes tão frescos que ainda respiravam. O banheiro do local era um tanto quanto rústico, não sei se estava em reforma ou estava esquecido mesmo. Era um mercado bem simples, com barracas de madeira e poucas lojas.
Praia que foi gravado o Programa no Limite
Neste dia fiz um passeio apenas com a Milla e o Dennis, fomos explorar a fazenda São Jerônimo recebidos por um senhor de origem carioca que mora por lá.

O passeio era montado em búfalos, que eram bem tranquilos e guiados por uma outra pessoas que trabalhavam na fazenda.
Descemos dos animais para pegar uma trilha por cima dos mangues novamente até chegar à uma praia de água mista maravilhosa. Foi nosso primeiro dia de solzão. A praia foi cenário do programa No Limite que passou na Globo há uns bons anos.
Para voltar ao ponto de partida subimos o rio de canoa, remado por outro funcionário da fazenda. Era um barquinho pequeno, deve caber umas 5, 6 pessoas no máximo, sem motor. O Dennis pegou um remo para ajudar e se virou bem, eu tentei fazer o mesmo, sem sucesso. Além de sentir o peso, não tive coordenação motora para a atividade.

Próximo a nós um macaco que não lembro a espécie gritava sem parar, segundo nosso guia, estes macacos tem dois pulmões independentes e conseguem manter o rugido constante por um bom tempo. Avistamos o macaco de longe no topo de uma árvores. Além do macaco vimos o Guará, um pássaro de penas bem vermelhas, tingidas com o tempo por conta de sua alimentação, basicamente crustáceos e camarões.
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Este foi nosso último passeio na cidade dos búfalos. Depois disso corremos para atravessar a balsa de micro ônibus e pegar nosso barco na ponta da cidade vizinha. Foi quase uma hora de van até lá. E quase perdemos o barco porque fui buscar algo para comer e não ficava pronto nunca.
Voltando para Belém do Pará
A viagem de volta foi bem mais longa. Em um barco bem maior, com dois andares cheios de cadeiras. Foram mais de quatro horas de viagem, Belém parecia não chegar nunca. Acho que além do cansaço, o tamanho do barco e ir contra a correnteza fizeram essa demora.
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Visite a Ilha do Marajó, estava fora dos meus planos iniciais mas valeu muito a pena.
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